Nesta semana a China foi até a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a resistência dos Estados Unidos da América e da União Europeia (UE) em reconhecer seu status de economia de mercado.
Na próxima sexta-feira, os EUA pedirão na OMC a abertura de investigação contra a China. Washington acusa Pequim de dar US$ 100 bilhões em subsídios agrícolas a mais do que o limite que o país se comprometeu a respeitar.
A China quer o reconhecimento automático de seu status de economia de mercado pelos países da OMC, alegando que os parceiros tiveram o prazo de 15 anos para fazer investigações de defesa comercial usando preços e custos de terceiros para calcular margem de dumping de produtos chineses.
Pequim afirma que agora essa medida inflaria a margem de dumping dos produtos chineses e, com isso, as sobretaxas aplicadas, e quer que seja adotada a mesma metodologia de cálculo usada normalmente para outros países, o que reduziria as sobretaxas e elevaria a competitividade de seus produtos.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sinaliza que não está disposto a atenuar as pressões contra os chineses. Ele acusa Pequim de realizar comércio desleal e de causar metade do déficit comercial americano.
Para indústrias e vários parlamentares americanos, a China não atende os critérios formais de uma economia de mercado: o Estado controla e subvenciona suas empresas, fixa os preços em seu mercado, opõe-se fortemente à concorrência estrangeira e intervém nos mercados financeiros, além de manipular a taxa de câmbio.
Os juízes da OMC farão a interpretação do protocolo de adesão da China e o que for decidido deverá ser seguido por outros países.
Fonte: Valor Econômico